Caos em Manaus – culpas e desculpas

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General Girão (*)
18 de janeiro de 2021

Estamos acompanhando, com pesar, a caótica situação da saúde na cidade de Manaus, onde os hospitais entraram em colapso, estão superlotados e falta, inclusive, oxigênio. No último dia 13, a média de mortes alcançou 39 ao dia, maior do que o pico anterior, em 2020. Um quadro como esse sensibiliza a maioria dos brasileiros e registramos, de todo o País, manifestações de apoio e solidariedade.

Lamentavelmente, contudo, não faltam também pessoas que, valendo-se da desgraça alheia, acusam sem provas, na esperança de algum ganho político-eleitoral. Recentemente, por exemplo, a Senadora Zenaide Maia (PROS-RN) destilou fel, numa nota à imprensa, acusando o Governo Federal, na pessoa do Presidente Jair Bolsonaro, por ser responsável pela grave situação que acomete o Estado do Amazonas.

Ela omite, por exemplo, que o Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão de 12 de abril de 2020[1], proibiu o Presidente da República de agir diretamente no combate à Covid-19, conferindo autoridade aos governadores e aos prefeitos. Omite também que o Governo Federal destinou vultosos recursos ao Estado do Amazonas para o combate à pandemia do coronavírus. Em 2020, segundo dados da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, a União destinou R$ 1,9 bilhão para saúde e R$8,9 bilhões para o Amazonas e seus municípios. Além disso, foram perdoadas dívidas que somavam R$ 679 milhões.

Mas, infelizmente, parte desses recursos não foram bem alocados. Com verba destinada pelo Governo Federal, o governador do Amazonas, comprou, de uma loja importadora de vinhos, 28 ventiladores pulmonares ao custo de R$ 2,9 milhões — valor equivalente a cerca de quatro vezes o preço do mesmo aparelho vendido no Brasil e no exterior. Uma agravante: os aparelhos foram considerados inadequados para os pacientes da Covid-19. Nas sequência das investigações, a primeira fase da chamada Operação Sangria prendeu oito pessoas, inclusive a secretária de Saúde, e envolveu outras cinco, na segunda fase.

Vale ressaltar que as principais autoridades sanitárias locais, contaminadas por interesses político-partidários, não recomendam nem admitem a possibilidade do tratamento precoce, que comprovadamente já salvou milhares de vidas em cidades como Belém do Pará, Porto Feliz (SP) e Itajaí (SC). É o negacionismo da cura em seu estágio mais extremo, causando milhares de mortes de inocentes, mesmo após inúmeros exemplos, como os citados.

De todo modo, o Governo Federal entrou em ação e está realizando uma grandiosa operação logística, em parceria com o Governo Estadual, cujos resultados já redundaram na salvação de centenas de vidas e na melhoria da conjuntura, que caminha para a normalização.

Não é hora, portanto, de acusar injusta e falsamente o Governo Federal pela crise no Amazonas. Tudo o que não desejamos, de modo algum, é uma segunda onda da Covid-19 em nosso Estado, mas essa deturpada sanha acusatória da Senadora Zenaide Maia pode nos levar a desconfiar de uma manobra preventiva dos aliados da (des)governadora do RN. Assim, se a situação por aqui se agravar, bem mais fácil do que justificar a precária gestão estadual da saúde e o desvio de R$ 5 milhões, na compra de respiradores, será culpar o Presidente Bolsonaro.

[1] Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=441447.

(*) Deputado Federal pelo Rio Grande do Norte.

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