Em mais de 30 anos servindo a Paraíba e ao Brasil como médico e cardiologista, dediquei a minha vida a salvar vidas.
Ao assumir o Ministério da Saúde e ir para a linha de frente do governo Jair Bolsonaro, senti na pele a violência política que construiu a narrativa do 8 de janeiro de 2023, incidente que busca assassinar reputações a serviço do projeto de poder que ora governa o Brasil.
Por sempre ter pautado a minha vida pela civilidade e pela obediência às leis, não posso me omitir: foi uma grande armadilha da esquerda.
Aqui em João Pessoa, em abril de 2018, foram registrados atos de vandalismo contra a decisão judicial que levou Lula à prisão, culminando à época com a destruição da fachada da afiliada da Globo na Paraíba e a covarde agressão ao repórter Oscar Neto da Band News FM, que sofreu escoriações quando fazia o seu trabalho.
Onde estavam os “arautos da democracia” quando centenas de outros atos de vandalismo patrocinados por Lula e pelo PT, hoje esquecidos pela mídia, como o quebra-quebra praticado em 2006 pelo MST no Congresso Nacional, deixando 27 feridos e nenhum criminoso punido. Onde estavam em 2013, quando adeptos da tática de guerrilha urbana conhecida como ‘black blocs do PT’ se infiltraram nas manifestações pacíficas de famílias brasileiras para promover badernas e encerrar os protestos contra a gastança irresponsável do governo Dilma Rousseff com a Copa do Mundo? Onde estavam os arautos da democracia quando vários prédios foram depredados por manifestantes petistas, em 2017, que pressionavam a renúncia do presidente Michel Temer, quebrando galerias, com vidros, fazendo pichações nos prédios na Esplanada e ateando fogo no Ministério da Agricultura?
Como escreveu o Padre Antonio Vieira em seu célebre Sermão do Bom Ladrão, comparando os príncipes de Jerusalém aos governantes de sua época, que fingiam, assim como hoje, não saber o que acontecia embaixo das suas barbas.
Qual o motivo das mensagens do celular pessoal do general Marco Edson Gonçalves Dias, que comandava o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no dia dos ataques às sedes dos três Poderes, terem sido apagadas?
Um ano depois, algumas pessoas já morreram ou perderam entes queridos, adoeceram e 65 ainda seguem presas sem sequer terem sido julgadas.
Eu, Marcelo Queiroga, me solidarizo com as famílias das pessoas inocentes que até hoje enfrentam a angústia e o desassossego das severas e injustas punições a muitos que sequer participaram daquele ato obscuro e mal explicado de 8 de janeiro de 2023, bem como aos jornalistas independentes deste país que estão impedidos de emitirem suas opiniões pela repressão que já é iniciada nas faculdades de Comunicação, com a maioria dos professores que agindo como divulgadores da agenda esquerdista.
Gostaria finalmente de fazer um alerta de ordem política. Não tenho ilusão quanto ao atual projeto de poder. Está em jogo a democracia brasileira. Nesses episódios citados, não fosse a reação de muitos de nós e das entidades de classe do setor, talvez já estivéssemos, hoje, sob o domínio de um modelo venezuelano de controle social dos meios de comunicação.
A sociedade brasileira está atenta e pronta a repelir todas as investidas contra a liberdade de expressão. Eles tratam a oposição, essencial em qualquer regime democrático, como inimigos a serem aniquilados. Não conseguem conviver com a imprensa livre e com o respeito às liberdades individuais.
Não se pode tergiversar nem por um segundo sobre os princípios da liberdade e justiça que orientaram a promulgação da Constituição de 1988.
Se é verdade que o homem é o que determina suas circunstâncias, as circunstâncias do 8 de janeiro de 2023 e as de hoje não mudaram o que sou. A verdade que se encerra no espírito do homem, o que ele é realmente, é forjada ao longo de toda a sua vida, desde seu nascimento.
Não me arrependo, de maneira nenhuma, de ter permanecido firme ao lado do presidente Jair Bolsonaro, comungando com seus princípios e suas convicções. Atraímos contra nós todas as forças do poder. Mas nunca nos resignamos diante da corrupção, muito menos nos calamos diante dos injustos ataques que sofremos.
Novas tentativas virão, mas jamais irão nos intimidar. Vamos à luta, porque o futuro nos espera.
Pátria, Família, Deus e Liberdade.
Marcelo Queiroga – médico e ex-ministro da Saúde