Mais um político de direita sofre atentado na América Latina

O pré-candidato à presidência do Peru, Rafael Belaúnde Llosa, do partido de centro-direita Libertad Popular, foi alvo de um ataque a tiros nesta segunda-feira na província de Cañete, região de Lima. O veículo em que ele estava teve o para-brisa perfurado por ao menos três disparos, segundo informações da emissora peruana RPP.

Belaúnde, de 50 anos, sofreu ferimentos leves causados por estilhaços de vidro. Em imagens divulgadas por colegas de partido, o político aparece com o rosto e a roupa manchados de sangue, mas consciente. Ele registrou queixa na delegacia local, acompanhado de aliados como o ex-primeiro-ministro Pedro Cateriano, que afirmou: “Ele está cumprindo os procedimentos legais com a polícia. Não sofreu danos graves. Os criminosos não atingiram seu objetivo”.

O atentado, entretanto, levanta mais uma vez o debate sobre a crescente violência política no continente, especialmente contra figuras de direita, conservadoras ou de centro-direita.

Escalada preocupante

O ataque a Belaúnde ocorre em um contexto de sucessivos episódios envolvendo políticos e influenciadores alinhados a partidos conservadores ou de direita. A lista inclui episódios recentes que tiveram repercussão internacional.

Em 2018, o então candidato e depois presidente brasileiro Jair Bolsonaro sofreu uma facada durante ato de campanha em Minas Gerais, episódio que marcou de forma definitiva o debate político no país.

Nos Estados Unidos, em 2024, um atentado contra o ex-presidente Donald Trump durante evento eleitoral deixou o alerta global ainda mais evidente — reforçando a tensão política em um dos anos eleitorais mais polarizados da história americana.

Na Colômbia, o senador e pré-candidato Miguel Uribe Turbay, também identificado com o campo da direita, foi assassinado a tiros em junho de 2025, durante um evento político em Bogotá. Sua morte gerou comoção nacional e grande pressão internacional por respostas das autoridades.

Outro caso de grande repercussão recente foi o assassinato de Charlie Kirk, influenciador conservador e líder da Turning Point USA, morto a tiros em setembro de 2025 durante uma palestra universitária em Utah. O episódio fez reacender o debate sobre violência política, intolerância ideológica e radicalização nos EUA.

Também em 2025, o ativista e líder juvenil ucraniano Demyan Hanul, ligado a movimentos nacionalistas de direita, foi assassinado em Odesa — mais um caso que entrou no radar de organismos internacionais que monitoram ameaças a ativistas políticos.

Padrão de risco crescente

Especialistas apontam que a violência política contra figuras de direita — de candidatos a influenciadores — tem crescido em frequência e visibilidade nos últimos anos. Embora motivações variem entre casos, a repetição de ataques em diferentes países revela um ambiente de tensão que ultrapassa fronteiras.

O atentado contra Rafael Belaúnde Llosa reforça essa preocupação. Para líderes de seu partido, o episódio não foi isolado, mas parte de um cenário que exige resposta firme do Estado e investigação rápida para evitar que a violência política se normalize na região.

Enquanto isso, Belaúnde segue sua agenda e diz estar confiante na punição dos responsáveis. No Peru e fora dele, o ataque passa a integrar uma lista cada vez mais extensa de episódios que acendem o sinal de alerta sobre a segurança de vozes políticas alinhadas à direita na América Latina e no Ocidente.

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