
O Brasil figura entre os oito países mais famintos da América do Sul, de acordo com o Índice Global da Fome (GHI) 2025, divulgado neste mês pelas organizações Welthungerhilfe e Concern Worldwide. Com 6,4 pontos, o país ocupa a oitava posição regional, classificado na categoria de “fome baixa”, o que indica avanços recentes, mas ainda revela desafios profundos no acesso à alimentação digna.
Segundo o relatório, o país saiu recentemente do Mapa da Fome da ONU, após três anos de retorno, mas continua enfrentando desigualdades regionais e vulnerabilidade alimentar. Atualmente, 3,4% da população vive em insegurança alimentar grave, e 13,5% em insegurança moderada.
O deputado federal General Girão (PL-RN) reagiu aos dados com críticas diretas ao governo Lula (PT). Para o parlamentar, o resultado demonstra o descompasso entre o discurso e a realidade vivida por milhões de brasileiros: “Enquanto o governo Lula gasta milhões em propaganda para dizer que o Brasil voltou, o que voltou mesmo foi a fome. O brasileiro precisa de trabalho, dignidade e liberdade econômica, não de populismo disfarçado de política social”, afirmou o deputado.
O estudo também aponta que o progresso global no combate à fome estagnou e que a meta da ONU de erradicar a fome até 2030 não deve ser alcançada. A média mundial ficou em 18,3 pontos, e 56 países não devem atingir níveis baixos de fome até o fim da década.
Na América do Sul, a Bolívia lidera o ranking com 14,6 pontos, classificada como de “fome moderada”. Já Chile e Uruguai figuram entre os melhores desempenhos, com índices abaixo de cinco. O Brasil, apesar da melhora recente, ainda enfrenta contradições estruturais e um cenário em que os avanços sociais convivem com a persistência da miséria — um lembrete de que o combate à fome exige mais do que slogans e programas de ocasião.