Caros seguidores, cidadãos e, principalmente, camaradas de farda…
É com o coração pesado, mas com a coragem que sempre pautou a minha vida militar e pública, que venho a público manifestar minha profunda decepção com a postura do Exército Brasileiro diante dos gravíssimos acontecimentos que testemunhamos.
A inércia e o silêncio perante a prisão de valorosos Generais da Reserva — entre eles General Heleno, General Paulo Sérgio, Almirante Gárnier e General Braga Neto — que dedicaram suas vidas à defesa da Pátria e da nossa Soberania, são incompreensíveis e alarmantes. A inobservância do princípio da dignidade da pessoa humana e do devido processo legal no trato com estes militares é um sinal funesto para toda a Força e para a Nação.
Mais grave ainda é o silêncio ensurdecedor da Força Terrestre diante da condução do inquérito dos atos de 8 de Janeiro. Um inquérito que se desenrola de forma, a meu ver, totalmente viciada, repleto de falhas processuais, erros jurídicos evidentes e o atropelo de garantias fundamentais.
Onde está a voz da Instituição que juramos defender? O Exército Brasileiro não pode se acovardar ou se omitir quando a própria Justiça Militar e o arcabouço legal que rege a vida de seus integrantes estão sendo, aparentemente, ignorados.
A lealdade não é cega, mas é recíproca. Exige que a Instituição defenda os seus, garantindo-lhes, no mínimo, um processo justo e transparente, livre de pressões políticas ou ideológicas. O tratamento dado aos nossos Generais da Reserva ofende a moral de cada militar e atinge a própria honra da Força.
Reafirmo meu compromisso inabalável com a Verdade, a Justiça e a Legalidade. Continuarei vigilante e usando meu mandato para denunciar qualquer arbitrariedade e lutar pela restauração da ordem jurídica. O Brasil e o Exército merecem respeito. Que a hierarquia e a disciplina sejam pautadas pela Constituição e pelo patriotismo, e não pelo medo.
