As imagens a seguir nunca estiveram tão próximas:
1) Campo de Concentração de Auschwitz, Polônia (1942-1945)
Foi nesse local que a maioria dos seis milhões de judeus perdeu a vida, barbaramente assassinados pela irracional perseguição nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Na entrada, lia-se a frase em alemão: “O trabalho liberta”.
Esse tipo de guerra psicológica foi amplamente utilizado pelos nazistas, que arrancavam famílias inteiras de suas casas, colocando-as em vagões de trem ou caminhões, e as levavam para trabalhos forçados ou diretamente para as câmaras de gás. O método criava uma ilusão inicial, sob a justificativa desumana e irracional de que a raça ariana era superior e de que os judeus deveriam ser exterminados.
Acreditávamos que essa barbárie havia sido combatida para que nunca mais voltasse a ocorrer no mundo. Mas nos enganamos. Primeiro, porque o mundo segue em guerra, com invasões de territórios e tentativas de dominação entre povos.
Somos todos parte do gênero humano, cada um com suas características de corpo, cor, pensamentos, ideologias e atitudes. O respeito desapareceu durante a Segunda Guerra Mundial e, quando acreditamos que ele possa ser restaurado, conflitos e perseguições voltam a ocorrer ao redor do mundo.
2) A mesma imagem, agora no Brasil de hoje e do amanhã
Desde 8 de janeiro de 2023, mais de mil brasileiros foram covardemente entregues pelo Exército Brasileiro à Polícia Federal, sendo presos e condenados com base em uma narrativa de tentativa de golpe.
Hoje, nossa Pátria Amada voltou a ter presos políticos. Muitos deles não tiveram direito à ampla defesa nem ao contraditório. Seus advogados são impedidos de conhecer o teor das acusações, não têm acesso pleno aos processos e, nos julgamentos, sua atuação é restrita ao plenário virtual, sem possibilidade de defesa presencial.
Muitos desconhecem esses detalhes jurídicos por não terem formação na área do Direito, mas os princípios fundamentais da Justiça deveriam ser respeitados pelos magistrados e cobrados pela sociedade – se não pela lei, ao menos pela consciência de cada um.
A pior conclusão a que podemos chegar diante dessa realidade é: enquanto a sociedade mundial não aceitar a convivência com os diferentes, continuaremos a testemunhar cenas como essas e nos perguntaremos: até quando?
Tolerância e respeito precisam ser exercitados diariamente, a todo instante e em qualquer lugar – com uma boa dose de empatia e equilíbrio.
DEPUTADO FEDERAL GENERAL ELIÉSER GIRÃO MONTEIRO FILHO
Março de 2025